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sábado, 1 de maio de 2010

Finalistas da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro

A preservação da floresta Amazônica, as memórias de um filho de ex-escravos e o trabalho dos cortadores de cana transformados em texto. A primeira edição de Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro reuniu poesias, pontos de vista e memórias vivas de seis milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas de todo o país. Cento e cinqüenta deles participaram da etapa final do programa em Brasília.
Foram 15 ganhadores na última etapa. Carolina Lopes, da 4ª série da Escola Benício Rodrigues Pena, em Boca do Acre, no Amazonas, não imaginava que chegaria tão longe. “Eram seis milhões de alunos”, espanta-se. Aos dez anos de idade, Carolina já revela em seu poema a preocupação com “o amanhã da floresta”, conforme denota o título do trabalho.
“Boca do Acre
Vive um contraste
Tem que crescer e progredir
Mas não pode se destruir
Algumas perguntas vou deixar
Rio Purus
Rio Acre
Vão Continuar a respirar?”
“Muita gente quis destacar as belezas do seu lugar, mas eu quis falar dos problemas, da sobrevivência do caboclo, do desmatamento. A vida não é só maravilhas”, resume Carolina.

No texto de Érika Fernandes, aluna da 7ª série da Escola Tiburtino Pena, as lembranças de um senhor de 107 anos, filho de ex-escravos, revelam, em primeira pessoa, as mudanças por que passaram a cidade mineira de Francisco Sá. “Negro naquela época não tinha vez; não podíamos estudar... O mundo para mim, hoje, cabe na palma da minha mão, o mundo ficou pequeno na minha cabeça de velho. Tudo é perto e fácil.”

Para Mariane Cheli de Oliveira, que estuda no 3º ano do ensino médio, em Tamboara, Paraná, falar do lugar onde vive – tema da olimpíada – era expressar em palavras a vida diária do pai, um cortador de cana. “Devido ao trabalho árduo e estafante, podemos chamá-los de cavaleiros da cana, pois levantam de madrugada, vestem suas armaduras e saem para a luta com a determinação de guerreiros.”
A determinação que diz ter aprendido com o pai leva Mariane a se dividir entre o trabalho como costureira industrial e a escola. Para escrever o artigo de opinião premiado, a menina estudou nos horários de almoço e nos finais de semana. “Com a professora que me recebia na casa dela até no domingo, eu aprendi a deixar a minha opinião clara no texto”, revela.

A olimpíada teve como tema O Lugar onde Vivo, desenvolvido em três gêneros textuais: poesia, pelos alunos de 4ª e 5ª séries do ensino fundamental; memória, pelos alunos de 7ª e 8ª séries; e artigo de opinião desenvolvido por estudantes de 1º , 2º e 3º anos do ensino médio.

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